Em 1990, há vinte e quatro
anos atrás, o Judas Priest lançou Painkiller. Para mim foi um dos maiores
álbuns de heavy metal de todos os tempos, foi através desse disco que me
interessei pelo restante dos álbuns dos caras. Foi à última vez que a banda foi
feliz num estúdio e faixas “Metal Meltdown”, “Leather Rebel”, “Night Crawler” e
a própria faixa título afirmam isso. O álbum é influente até hoje e recebe
criticas, elogios de toda comunidade do heavy metal.
Pouco tempo depois Rob
Halford deixa o grupo e monta o Fight, uma baita de uma banda cujo maior legado
é clássico War of Words. O Judas Priest retorna em 1997, com Jugulator, e
Ripper nos vocais, um clone do vocalista original. O resultado foi
insatisfatório, pois o grupo tentou de todas as maneiras buscar uma nova
direção musical. O segundo e último trabalho dessa fase é sofrível Demolition,
enfim foi à demolição, pois a banda navegou nos mares do constrangimento e deu
uma surfada na mediocridade.
Para tentar salvar o barco
dessa maré ruim, anunciam a volta de Rob Halford algo pedido desde sempre pelos
fãs. Em 2005, soltam Angel of Retribution um álbum que não retribui nada e
apesar de ter algumas boas canções e ter suas coerências com o momento em que
se encontravam não deixa de ser constrangedor. Outro balde água gelada veio com
o péssimo Nostradamus e penso que até o vidente deve ter se revirado e
blasfemado dentro de seu caixão em agradecimento a medíocre homenagem para ele.
Depois de seis anos o
grupo quebra o silêncio prometendo dar a volta cima e reaparece com Reedemer of
Souls, um título sugestivo, mas não existe redenção aqui, o que temos é a
repetição do constrangimento dos álbuns anteriores. O álbum é esquisito, é
difícil de chegar a uma avaliação sobre as canções que soam totalmente decepcionantes,
ou seja, é um show de horrores.
Esse vai ser o segundo
lançamento nestes seis anos que não vou comprar. Dinheiro custa muito suor para
ganha-lo e por isso desperdiça-lo com álbuns medíocres é uma atitude criminosa.
O grupo preferiu seguir os caminhos de Angel of Retribution requentando o
passado e entregou um cover, uma caricatura de si próprios. Sinceramente? Se
fosse para se repetir, o melhor era deixar quieto e ter se aposentado como eles
haviam dito.
Para os fãs mais radicais
esse álbum sejas a última maravilha com lugar garantido entre os melhores do
ano, mas para mim é só disco medíocre sem inspiração. Faixas como “Dragonaut”,
“Halls of Valhalla” são dois exemplos do ridículo neste disco. Outras que
colocam tudo a perder são as medíocres “Hell & Back” e “Cold Blooded” e
“Metalizer”, enfim é rir para não chorar.
Respeito o Judas Priest
pelo seu passado onde álbuns como Stained Class (1978), British Steel (1980),
Screaming for Vengeance (1982), Defenders of the Faith (1984) e Painkiller
(1990) definiram um estilo, mas infelizmente, não dá para engolir o presente. O
resultado que temos nos últimos nove anos é uma trinca de álbuns de medíocres
que constrangem e põe a prova o passado do grupo. Eu pensava que os álbuns ruins se resumiam
apenas a Turbo (1986), Ram it Dawn (1988) e Demolition (2001), mas esses três
últimos mostram que eu me enganei.
Talvez daqui a dez ou
vinte anos alguém possa dizer que Redeemer of Souls foi injustiçado no seu
tempo. Talvez, eu possa estar errado e nas minhas várias audições não tenha
prestado a devida atenção neste ou naquele detalhe. Só que no momento presente
me parece um álbum ultrapassado de alguém que quer agradar ao seu reduto de fãs
ardorosos.
Se o Judas Priest resolveu
que é este o caminho a se seguir daqui para frente, o jeito é acabar a banda e
partir para outra. Não penso que a banda deve reinventar a roda a cada
lançamento, mas pelo menos deve fazer frente ao passado. Se a banda pretende
alcançar a redenção o jeito é correr porque o tempo é curto demais, mas como
dizem antes tarde do que nunca.
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