terça-feira, 5 de agosto de 2014

Reedemer of Souls sem a redenção da alma do Judas Priest.


Em 1990, há vinte e quatro anos atrás, o Judas Priest lançou Painkiller. Para mim foi um dos maiores álbuns de heavy metal de todos os tempos, foi através desse disco que me interessei pelo restante dos álbuns dos caras. Foi à última vez que a banda foi feliz num estúdio e faixas “Metal Meltdown”, “Leather Rebel”, “Night Crawler” e a própria faixa título afirmam isso. O álbum é influente até hoje e recebe criticas, elogios de toda comunidade do heavy metal.   


Pouco tempo depois Rob Halford deixa o grupo e monta o Fight, uma baita de uma banda cujo maior legado é clássico War of Words. O Judas Priest retorna em 1997, com Jugulator, e Ripper nos vocais, um clone do vocalista original. O resultado foi insatisfatório, pois o grupo tentou de todas as maneiras buscar uma nova direção musical. O segundo e último trabalho dessa fase é sofrível Demolition, enfim foi à demolição, pois a banda navegou nos mares do constrangimento e deu uma surfada na mediocridade.

Para tentar salvar o barco dessa maré ruim, anunciam a volta de Rob Halford algo pedido desde sempre pelos fãs. Em 2005, soltam Angel of Retribution um álbum que não retribui nada e apesar de ter algumas boas canções e ter suas coerências com o momento em que se encontravam não deixa de ser constrangedor. Outro balde água gelada veio com o péssimo Nostradamus e penso que até o vidente deve ter se revirado e blasfemado dentro de seu caixão em agradecimento a medíocre homenagem para ele.

Depois de seis anos o grupo quebra o silêncio prometendo dar a volta cima e reaparece com Reedemer of Souls, um título sugestivo, mas não existe redenção aqui, o que temos é a repetição do constrangimento dos álbuns anteriores. O álbum é esquisito, é difícil de chegar a uma avaliação sobre as canções que soam totalmente decepcionantes, ou seja, é um show de horrores.

Esse vai ser o segundo lançamento nestes seis anos que não vou comprar. Dinheiro custa muito suor para ganha-lo e por isso desperdiça-lo com álbuns medíocres é uma atitude criminosa. O grupo preferiu seguir os caminhos de Angel of Retribution requentando o passado e entregou um cover, uma caricatura de si próprios. Sinceramente? Se fosse para se repetir, o melhor era deixar quieto e ter se aposentado como eles haviam dito.

Para os fãs mais radicais esse álbum sejas a última maravilha com lugar garantido entre os melhores do ano, mas para mim é só disco medíocre sem inspiração. Faixas como “Dragonaut”, “Halls of Valhalla” são dois exemplos do ridículo neste disco. Outras que colocam tudo a perder são as medíocres “Hell & Back” e “Cold Blooded” e “Metalizer”, enfim é rir para não chorar.

Respeito o Judas Priest pelo seu passado onde álbuns como Stained Class (1978), British Steel (1980), Screaming for Vengeance (1982), Defenders of the Faith (1984) e Painkiller (1990) definiram um estilo, mas infelizmente, não dá para engolir o presente. O resultado que temos nos últimos nove anos é uma trinca de álbuns de medíocres que constrangem e põe a prova o passado do grupo.  Eu pensava que os álbuns ruins se resumiam apenas a Turbo (1986), Ram it Dawn (1988) e Demolition (2001), mas esses três últimos mostram que eu me enganei.

Talvez daqui a dez ou vinte anos alguém possa dizer que Redeemer of Souls foi injustiçado no seu tempo. Talvez, eu possa estar errado e nas minhas várias audições não tenha prestado a devida atenção neste ou naquele detalhe. Só que no momento presente me parece um álbum ultrapassado de alguém que quer agradar ao seu reduto de fãs ardorosos.

Se o Judas Priest resolveu que é este o caminho a se seguir daqui para frente, o jeito é acabar a banda e partir para outra. Não penso que a banda deve reinventar a roda a cada lançamento, mas pelo menos deve fazer frente ao passado. Se a banda pretende alcançar a redenção o jeito é correr porque o tempo é curto demais, mas como dizem antes tarde do que nunca.
   

  


















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