domingo, 10 de agosto de 2014

Refletindo a morte do rock segundo o mestre


Nada melhor que assistir ao filme que você considera ser o melhor de todos os tempos, que você assiste mais de cem vezes como se cada vez fosse à primeira, no meu caso é o Quase Famosos por motivos óbvios. O enredo da película conta a história de um fã de rock, que viaja com uma banda de rock pelo EUA para escrever uma matéria para a Rolling Stones. Só que o barato aqui não é falar do filme e sim de um personagem, um jornalista chamado Lester Bangs que aparece no filme e dispara para o seu discípulo “Rock n Roll Morreu cara”.


Não se Lester Bangs realmente disse isso ou se é coisa da película, mas vale uma reflexão esse trecho. O rock é um gênero fantástico e para mim é o melhor de todos, eu me identifico com ele é uma expressão de arte, ou seja, é um estilo de vida autentico, rebelde e interplanetário saca?

Desde 1960, quando os Beatles chegaram e mostraram como é que se joga esse jogo e as demais bandas incrementaram e o levaram para paragens jamais sonhadas e as transformações que o gênero passou ao longos anos, das décadas levando a esperança, a fé de milhares de gerações algo parece ter ficado para trás nessa estrada tortuosa cheia de armadilhas, alegrias e loucuras mil que só ela oferece.

O lado sujo também aparece com os cartolas, os sonos do poder, da grana tão almejada por quem entra nessa pela porta dos fundos ou da frente e faz sucesso, vende milhões de álbuns e tem os seus hits emplacando em todos as listas das paradas lá no topo. Só que algo se perdeu no meio do caminho. 

O caráter místico e redentor e selvagem e contra regras parece ter ficado no passado como referência para quem ainda está lá no underground sonhando com os louros da fama num futuro não obstante ou obstante.

A profissionalização do gênero mandou o espírito natural da coisa pastar lá no confins do inferno. Aquela atitude rebelde quase punk do faça e seja você mesmo desapareceu e a polêmica coitada morreu agonizando, vomitando as tripas de overdose numa privada imunda num pulgueiro desses de beira de estrada.

A grana manda, a honestidade virou negócios é parecer ser para faturar alto e os fãs que fodam, pois tudo o que era antes, hoje é lembranças de um passado remoto que deve aparecer quando for conveniente. É deprimente ler entrevistas de bandas falando fazemos o som para os nosso fãs, o número de fãs no shows e mais outras baboseiras. Cadê o elemento desafiador que te faz delirar? Cadê a rebeldia inerente ao gênero?

Os conservadores entraram de cabeça e transformaram o rock num espetáculo deprimente onde o que interessa é repetir, regredir a infância e jamais sair dela. Mas que porra de bandas são essas que não colocam mais a cara para ser estapeada? Que porra é essa de fãs que ficam só na página dois, parecem analfabetos funcionais que só consomem enlatados cujos rótulos das latas seus cérebros de meio neurônio conseguem ler.

Talvez devam comer merda no café da manhã, no almoço, no lanche da tarde, na janta e nas festas. Se o rock é movido apenas pelo saudosismo barato, rasteiro, o rock morreu e Lester Bangs tinha razão a sua essência virou fumaça no ar era isso que queria dizer tudo virou comércio, um espetáculo decadente onde nos todos agonizamos nos escorando no passado como se este fosse uma perene sessão de terapia em grupo com um psicanalista escroto nos dando merda para comer e beber. 

Sinceramente estou fora dessa espelunca fétida vou cair fora enquanto ainda dá tempo, abraços um dia volto e conto para vocês a minha próxima viagem. 






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