Nada melhor que assistir ao
filme que você considera ser o melhor de todos os tempos, que você assiste mais
de cem vezes como se cada vez fosse à primeira, no meu caso é o Quase Famosos
por motivos óbvios. O enredo da película conta a história de um fã de rock, que
viaja com uma banda de rock pelo EUA para escrever uma matéria para a Rolling
Stones. Só que o barato aqui não é falar do filme e sim de um personagem, um
jornalista chamado Lester Bangs que aparece no filme e dispara para o seu discípulo
“Rock n Roll Morreu cara”.
Não se Lester Bangs
realmente disse isso ou se é coisa da película, mas vale uma reflexão esse
trecho. O rock é um gênero fantástico e para mim é o melhor de todos, eu me
identifico com ele é uma expressão de arte, ou seja, é um estilo de vida
autentico, rebelde e interplanetário saca?
Desde 1960, quando os
Beatles chegaram e mostraram como é que se joga esse jogo e as demais bandas
incrementaram e o levaram para paragens jamais sonhadas e as transformações que
o gênero passou ao longos anos, das décadas levando a esperança, a fé de
milhares de gerações algo parece ter ficado para trás nessa estrada tortuosa
cheia de armadilhas, alegrias e loucuras mil que só ela oferece.
O lado sujo também aparece
com os cartolas, os sonos do poder, da grana tão almejada por quem entra nessa
pela porta dos fundos ou da frente e faz sucesso, vende milhões de álbuns e tem
os seus hits emplacando em todos as listas das paradas lá no topo. Só que algo
se perdeu no meio do caminho.
O caráter místico e redentor e selvagem e contra
regras parece ter ficado no passado como referência para quem ainda está lá no
underground sonhando com os louros da fama num futuro não obstante ou obstante.
A profissionalização do
gênero mandou o espírito natural da coisa pastar lá no confins do inferno.
Aquela atitude rebelde quase punk do faça e seja você mesmo desapareceu e a
polêmica coitada morreu agonizando, vomitando as tripas de overdose numa privada
imunda num pulgueiro desses de beira de estrada.
A grana manda, a
honestidade virou negócios é parecer ser para faturar alto e os fãs que fodam,
pois tudo o que era antes, hoje é lembranças de um passado remoto que deve
aparecer quando for conveniente. É deprimente ler entrevistas de bandas falando
fazemos o som para os nosso fãs, o número de fãs no shows e mais outras
baboseiras. Cadê o elemento desafiador que te faz delirar? Cadê a rebeldia
inerente ao gênero?
Os conservadores entraram
de cabeça e transformaram o rock num espetáculo deprimente onde o que interessa
é repetir, regredir a infância e jamais sair dela. Mas que porra de bandas são
essas que não colocam mais a cara para ser estapeada? Que porra é essa de fãs
que ficam só na página dois, parecem analfabetos funcionais que só consomem
enlatados cujos rótulos das latas seus cérebros de meio neurônio conseguem ler.
Talvez devam comer merda
no café da manhã, no almoço, no lanche da tarde, na janta e nas festas. Se o
rock é movido apenas pelo saudosismo barato, rasteiro, o rock morreu e Lester
Bangs tinha razão a sua essência virou fumaça no ar era isso que queria dizer tudo virou comércio, um espetáculo decadente onde nos todos agonizamos nos escorando no passado como se este fosse uma perene sessão de terapia em grupo com um psicanalista escroto nos dando merda para comer e beber.
Sinceramente estou fora dessa espelunca fétida vou cair fora enquanto ainda dá tempo, abraços um dia volto e conto para vocês a minha próxima viagem.
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