segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Animal House, o êxito de U.D.O e o erro do Accept.


Muitas bandas de heavy metal bem sucedidas nos EUA, nos anos 80, para obter maior público e obviamente vender mais, ou seja, milhões e entrar definitivamente para o panteão do rock mudaram descaradamente o direcionamento musical e isso significou tornar-se mais comerciais, acessíveis ao grande público e no caso do heavy metal significa pular para o hard rock um gênero similar, mas muito criticado por ser acessível, falso. 


Em 1986, o Accept tinha colocado no mercado Restless and Wild (1982), Balls to the Walls (1983), Metal Heart (1985) e o mais recente Russian Roulette (1986), mas os três primeiros eram a trinca sagrada da banda por lá e segundo UDO, o trio acumulava vendas equivalentes a um milhão e meio de cópias. Só que esses números não foram suficientes para que a banda entrasse em colapso e decidisse aderir as mudanças no seu direcionamento musical e partisse para o odiado hard rock. 

A briga interna fez com que Jorg Fischer e UDO pulassem fora. Nesse período haviam músicas que seriam utilizadas no novo álbum e o vocalista perguntou se poderia ficar com elas e lança-las, e como os seus companheiros estavam rumando para outras praias não ofereceram resistência e deram pleno consentimento para que ele fizesse com esse material o que bem entendesse em sua nova jornada. 

Com o material pronto, UDO só teve o trabalho de escolher os músicos para acompanha-lo em sua incipiente carreira solo. Para as guitarras foram convocados Mathias Dieth e Peter Szigeti, a responsabilidade do baixo caiu nas mãos de Frank Rittel e o posto de baterista foi assumido por Thomas Frank. Os trabalhos de gravação foram realizados pelo quinteto no Dierks Studios, em Colônia, na Alemanha. No terceiro dia, do mês de Novembro, de 1987, Animal House desembarcou nas lojas da alemãs, europeias e norte americanas anunciando a nova fase de UDO. 

Apoiado em faixas como Animal House, Go Back to Hell, Lay Down the Law e They Want War (uma balada excepcional anti-guerra nuclear) o álbum não vendeu milhões, mas serviu para anunciar a nova empreitada do vocalista alemão e o colocou em turnê pelo eixo Europa/EUA dividindo o palco com Guns ´N Roses, Lita Ford entre outros. Toda a energia do Accept estava reunida naquele disco afinal de contas eram um disco daquela banda, que apenas foi gravado por outros músicos. 

O Accept em 1989, voltou a cena com Eat the Heat, mas não deu certo, pois segundo os fãs era hard demais e para os fãs do hard era heavy demais e como o disco não decolou e teve uma saraivada de críticas negativas, a banda acabou por encerrar as atividades de forma melancólica. Enquanto seus colegas se despediam do cenário, UDO começava uma carreira bem sucedida e que até aquele momento acumulava dois álbuns cujo nome do segundo é Mean Machine, de 1988. 

Para o pessoal de sua ex-banda foi um duro golpe ver que o vocalista havia conseguido prosseguir fazendo mais sucesso, pois ao contrário de seus colegas na mente dos fãs ele não havia traído as suas raízes e isso ficara evidente nos trabalhos lançados por ambos. Talvez Wolf Hoffmann, Peter Baltes e Stephen Kaufmann em algum momento em suas casas quando lembram-se com amargura do ano de 1986, quando resolveram desastrosamente mudar o que estava bom e como diz o velho ditado "em time que está ganhando não se mexe" foi grande dilema do Accept que só se reuniria outra vez nos anos 90 com sua formação original para encerrar com dignidade, o que haviam encerrado por mesquinharia. 

  

  
  








   








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