Hoje
já estou com 38 anos no lombo e já sou considerado um tiozão pelos mais novos,
mas foda-se porque se você não morre jovem chega aqui também e se for assim que
seja em boas condições mentais. Hoje quando a garotada fala de rock perto de mim,
de ecletismo, eu para enfatizar esse termo com todas as letras e ainda por cima
garrafais, em caps lock retiro da mente, da minha estante de discos, o Houses
of the Holy, do Led Zeppelin.
Veja
só camarada, esse disco é inteligente em cada detalhe porque nele você encontra
o rock, o blues, o folk, o reggae e o funk também marca sua presença na
bolacha. Um disco de fato inédito na carreira do grupo pela ousadia em fazer
uma mistura, digamos, uma salada de texturas sonoras bem originais.
Uma
banda se destaca quando ela pega o que tem em mãos e transforma em algo
singular, ou seja, ainda não digerido, não contemplado por ninguém e leva essa
diferença a níveis que se equiparam ao divino em sua especialidade. Imagine uma
banda de hard rock cuja bagagem já conta com quatro discos que até ali tenham transado com o
folk, o blues originando um som pesado, sentimental jogar na cara larga um
reggae de autoria própria com uma roupagem bem rock.
Imagine
um funk cheio de groove de The Crunge te pegando pela orelha para você dançar.
Quando você pensa que está tudo bem e que vai poder voltar a sua zona de
conforto dá de cara The Songs Remains the Same que te coloca em estado de
alerta num campo hippie florido em qualquer sonho com piscinas de água quente
cheia de garotas gostosas em Calcutá. Tudo parece conspirar em The Rain Song,
mas se é contra ou favor de alguém, algo ou qualquer outra causa que não seja o
amor é difícil de entender que não, com aquele clima de dias frios que pedem um
lareira, uma garrafa de vinho e uma garota de quem você está muito afim, pois é
a música perfeita para os amantes.
Over
the Hills and Far Away é para você cair na estrada sem preocupações e curtir a
viagem com um belo sorriso no rosto. Dancing Days é para animar os dias meio
sem graça e para se lembrar que sempre existe algo de bom que te faz crescer em
meio aos problemas. No Quarter é aquela progressiva com aquele clima místico
perfeita para viajar no paraíso construído na fumaça.
Houses
of the Holy é um disco místico, cheio de surpresas que fascinantes, viciantes que
entorpece a mente dos ouvintes, aponta caminhos divertidos um poucos lúdicos, lúcidos
e sem pressa de chegar porque de uma forma ou de outra você irá encontrar as
suas respostas, ele se equipara ao café de Van Gogh e lembra que a música e
suas notas podem levar um homem a loucura e inclusive a cometer crimes, mas
principalmente a desejar e coloca-lo em prática na militância por um mundo
melhor esse era e ainda é o desejo dos jovens, dos homens e mulheres de meia
idade como eu e dos velhos. É o amuleto da casa sagrada de todos nós.
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