Há quem diga que
a volta do vinil seja uma falácia, eu mesmo já tive essa opinião, mas diante
dos acontecimentos nos últimos cinco anos estou começando a mudar de ideia, mas
por quê? Isso aconteceu justamente por causa das feiras itinerantes que cortam
o país de norte a sul e também por causa de outras formas de aquisição, pois as
grandes redes livrarias estão vendendo os importados e os nacionais e lojas
especializadas no formato vem surgindo em vários lugares do Brasil.
Tudo bem que as
empresas como a Sony, a Samsung e as demais concorrentes não voltaram a
fabricar os toca discos e nem os demais aparelhos que o compõe, mas em contrapartida
existem outras marcas como a Marantz, a Audio Techinica entre outras que
fabricam o toca disco e linhas de equipamentos, mas o problema são os preços e
no caso do Brasil que não produz e nem exporta esse tipo de tecnologia, as
coisas ficam feias porque dependemos desse mercado externo para podermos entrar
na nova onda dos discos de vinil que a cada momento vem ficando mais forte no
país.
Tudo bem que as majors não voltaram a lançar fornadas de lps, mas isso não é o problema porque à alguns anos
atrás a primeira fabrica a voltar a fabricar o disco de vinil foi a Polysom e a
iniciativa foi boa, pois os discos clássicos do Ronnie Von como a Máquina
Voadora (1970), por exemplo estavam indisponíveis e acha-lo era uma batalha
inglória e os preços estavam pela hora da morte. O começo foi meio sem graça,
pois discos do Ultrage a Rigor, Titãs que você acha nos sebos aos montes nas gôndolas
de três por cinco reais, era estranho confesso, mas no mesmo passo com tempo
outros álbuns foram relançados como é o caso do Jorge Ben, Tom Zé, Gal Costa e
outros da MPB, mas não ficou só nisso, o heavy metal de bandas como o
Sarcofago, o Sepultura e punk/crossover Ratos do Porão também voltaram a ser reeditados, mas
os preços também não ajudam por serem bem salgados.
Porém além da
Polysom outros selos estão aparecendo como é o caso da 180 Selo Fonográfico
cuja estreia rolou com um álbum do Cachorro Grande, mas não para por ai a lista
de lançamentos desse novo selo, pois os caras vem lançando vários artistas
brasileiros. O surgimento destas etiquetas indica, ainda que pequena, uma
demanda da existência de um mercado de consumidores dos bolachões. As feiras
de vinil reiteram esse crescimento, o hábito, a paixão e o colecionismo nunca
estiveram fora de moda para essas pessoas e nesses espaços de convivência onde
rola troca, venda também rola a troca de experiências, conhecimento, enfim são
ótimos lugares para se frequentar e aprender alguma coisa sobre música e fazer amizades.
O download
digital está ai é uma realidade, mas ele não substitui a qualidade do vinil,
pois nada tira do amante do formato o vício de pega-lo nas mãos e de retira-lo
de dentro da capa e de olha-lo profundamente e coloca-lo para tocar e ficar a
olhar o selo girar, girar e girar e de admirar a capa e sentir o cheiro do papelão
e depois deixar os ouvidos e o coração trabalharem em cada nota de cada canção
como se não fosse haver outro dia para fazer isso. É um ritual peculiar, ou
seja, subjetivo, próprio de cada indivíduo que tem o prazer de colecionar discos
de vinil. Essa volta reafirma que o velhote nunca foi esquecido e que ainda faz
as pessoas suspirarem por ele.
As lojas
especializadas estão começando a surgir as já existentes em alguns casos estão
ampliando as suas unidades, as grandes redes também estão aderindo e estão
colocando-os em seus prateleiras e algumas já começaram a vender o toca discos, o
que se espera é que o formato deixe de ser apenas um nicho de mercado e volte a
ter os seus dias de glória como foi no passado, mas que não mande o cd para o
espaço, pois a democracia significa a convivência plena e irrestrita de todos os formatos, pois a
diversidade é primordial porque possibilita ao ouvinte escolher e nada é
mais democrático do o poder de escolha de poder ouvir um disco em cd
quando você não o acha em lp e vice versa.
O que falta é
deselitizar o acesso, ou seja, torna-los acessíveis e isso
se aplica também aos equipamentos, os fabricantes deveriam começar a olhar para
essa fatia de consumidores em potencial e voltar o quanto antes a fabricar os
aparelhos, o governo também tem que cumprir um papel que no caso se faz om
incentivo fiscal, pois trata-se de um bem cultural e por isso não deveria taxar
os importados assim como faz com os livros. Para terminar, a verdade é uma,
existem consumidores e um mercado aquecido que vem se ampliando cada vez mais e
que mitiga a atenção urgente dos fabricantes de aparelhos e dos grandes selos para atender atual demanda.
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