O Riot foi formado em 1975, pelo
guitarrista Mar Reale e pelo baterista Peter Bitelli e para completar a banda
convidaram Phil Feit para tocar o baixo, para cantar Guy Speranza. O primeiro
trabalho de estúdio do quarteto foi uma fita demo de quatro faixas cuja ideia era coloca-las
em uma coletânea com outras bandas desconhecidas, mas como o projeto não
decolou, eles adicionaram Steve Costelo nos teclados.
Mark Reale distribuiu as fitas demo entre os
produtores de New York, e elas acabaram caindo nas mãos de Billy Arnel e Steve
Loeb, proprietários do Greene Street Recording Studio e da etiqueta independente
Fire-Sign Records. O tão sonhado projeto, a coletânea, foi de pronto rejeitado, porém
ofereceram um contrato que foi aceito de pronto pela banda que passava, a partir de então, a ser
membro do cast do pequeno selo. O Riot ainda teve outra mudança na formação, e dessa vez, além do
tecladista, adicionaram Louie Kouvaris como segundo guitarrista.
Essa formação estreiou em 1977, com
Rock City, o álbum possuía canções de peso como o hit Overdrive e já dava
indícios do que viria pela frente. O álbum chamou a atenção no cenário e esse
furor rendeu turnê como suporte para o AC/DC e para o Molly Hatchet, ou seja,
as coisas haviam começado bem e estavam funcionando para os caras. No começo de
1979, as finanças iam realmente mal e o fim parecia estar os alcançando
precocemente.
Só que os rumos pareciam mostrar
outros caminhos que os tirariam das dificuldades, em 1979 estava surgindo na
Inglaterra a NWOBH, um movimento novo, original, revitalizador do heavy metal e
o som do Riot tinha haver com o que estava estourando por lá, Neil Kay, um DJ,
que havia escutado e gostado muito de Rock City começou a tocar o álbum e a
divulga-los na Meca do rock.
Os britânicos abraçaram o som e começaram
a importar Rock City, as vendas positivas serviram para incentivar os
produtores Arnell & Loeb a investir na segunda empreitada do Riot. Nesse interregno
ocorre outra baixa no line-up devido a saída de Louie Kouvaris, no seu lugar
assumiu Rick Ventura que era roadie. As sessões de gravação aconteceram em New
York, no Big Apple Recording Studio, em 1979 e no mês de maio Narita
desembarcou nas lojas, mas apenas no Japão e posteriormente atravessou a terra
do sol nascente para também aterrissar na Inglaterra e nos EUA.
A sonoridade estava mais refinada que
a de Rock City, mas estava igualmente pesada e agressiva. Transitava-se entre o
heavy metal e o hard rock com originalidade, as guitarras gêmeas se sobre saiam
com os vocais rasgados de Guy Speranza, o Riot havia criado uma obra prima do
gênero. Narita abre com “Waiting For The Taking” carregada de suas influências setentista
repleto de melodias grudentas, um solo contagiante e pegajoso eram as portas de
entrada para o talento que a banda transpirava pelos poros.
“49er” apresenta sonoridade
cadenciada e fica mais excitante com os vocais de Speranza se desenrolando
sobre os riffs no mesmo ritmo, essa faixa pode ser considerado um dos grandes
momentos do álbum. “Kick Down The Wall” é aquela música cheia de feeling, ou
seja, é cara do heavy metal cheia de riffs e solos e com um refrão também
matador é outro excelente momento registrado na bolacha. “Born To Be Wild” esse
cover funcionou perfeitamente, a versão dos caras é bem superior a original
deixando a faixa mais pesada e agressiva.
“Narita”, a faixa título”, é
instrumental e cabe a ela a missão de fechar o lado A, com boa dose velocidade
e melodias muito bem encaixadas, enfim uma faixa genial. O lado B começa com “Here We Come
Again” também entra no perfeito clima dos anos de 1970, remetendo diretamente ao
Judas Priest com os riffs fortes, pesados e bem marcados e bem acompanhados pelo
baixo e bateria que impõe respeito. “Do It up” conta com melodias mais rápidas
de guitarra e vocais que esbanjam potência na sua agressividade e rasgam a
mente. “Hot For Love” é a cara da NWOBHM, pesada, melódica dona de riffs
agressores e tão sexual quanto as sua letra.
“White Rock” é uma faixa simples,
heavy metal tradicional cru e direto, os riffs, os solos e os vocais se sobre
saem fazendo desse conjunto de elementos, o perfeito casamento. “Road Racin’” é perfeita para fechar o álbum
que desde o início não fez nenhuma concessão e só fez os ouvidos derreterem com
os riffs, os solos, as linhas de bateria insanas, enfim um final apropriado
para um disco clássico. A Capa do álbum criada Steven Weiss trazia uma paisagem
inóspita com o mascote do grupo pisando em crânios e com um machado na mão.
Apesar de ser um disco clássico,
Narita foi não um grande sucesso comercial e o Riot apesar de ser uma banda
conhecida também não alçou altos níveis de popularidade e vendagem de seus
álbuns, mas apesar disso fica patente a contribuição direta da banda para o
heavy metal, e já apontava os caminhos que o gênero tomaria na década seguinte.
Era o encerramento com chave de ouro do Riot para uma década tão frutífera e
prospera e emocionante que marcou indelevelmente a vida de muitos jovens e que
no futuro ainda faria eco e muito estardalhaço e assim como a posterior se recusaria a desaparecer.
Faixas:
A1
Waiting For The Taking
A2
49er
A3
Kick Down The Wall
A4
Born To Be Wild
A5
Narita
B1
Here We Come Again
B2
Do It Up
B3
Hot For Love
B4
White Rock
B5
Road Racin’
Nenhum comentário:
Postar um comentário