sábado, 28 de fevereiro de 2015

Rolando na Vitrola: Opeth - Pale Communion (2014)


O Opeth começou fazendo uma combinação incomum, ou seja, death metal e progressivo misturados sem constrangimento nenhum e a fórmula deu certo, pois os fãs foram surgindo lançamento após lançamento, mas com o tempo o lado extremo foi ficando no passado e o rock progressivo foi se sobre saindo, o ápice foi em 2010, com Heritage, um álbum ótimo que mostrava uma banda não acomodada e sempre disposta a se reinventar sem medo da opinião alheia.




Em 2014, ano passado, o Opeth reaparece com Pale Communion e coloca Mikael Akerfeldt na posição de gênio, o cara compôs, produziu e foi também o engenheiro de som desta obra. Resumido a oito faixas, o novo álbum é um exemplo da criatividade de quem tem muito a oferecer ao cenário atual que apesar do que pensam os detratores tem visto muitas coisas boas surgirem e ocuparem o seu espaço.

Os suecos deram um grande passo a frente, o progressivo dessas vez é quem comanda, o metal não desapareceu completamente ainda em uma passagem ou outra consta, o som por conta de todas as suas influências ficou ainda mais complexo e as melodias cada vez mais suaves e encantadoras, poderosas em relação ao seu antecessor. As composições agora se equilibraram e acharam o seu rumo nessa nova caminhada trilhada por Akerfeldt e seus companheiros.



A abertura com “Eternal Rains Will Come” remete direto aos anos 1970, as influências são nítidas do progressivo daqueles dias, as melodias de mellotron e Hammond criaram uma estrutura melódica intrigantemente bela colocando-a entre os destaques do disco. “Cusp of Eternity” além de ser o single do álbum, deixa claro como a banda pôde ser direta e reta sem ter a necessidade de recorrer aos ambientes hostis criados por suas estruturas extremas, enfim a genialidade que a envolve explica porque foi escolhida para ser a música de trabalho.

Na sequência entra em cena “Moon Above, Sun Below” cujo som complexo e sombrio remete a discos como Watershed, Damnation e ao próprio Heritage. Em “Elysian Woes”, o passado também lembranças através do folk característico do grupo com aquela típica roupagem melancólica. Em “Goblin” temos aquela faixa que resgata a essência do rock progressivo setentista, mas tem personalidade própria e não soa como uma emulação barata do que já foi feito, é uma faixa genial em todos os sentidos possíveis e impossíveis. 

“River” tem destaque nos solos de guitarra, que foram muito bem encaixados e casam perfeitamente com a proposta complexa da música. “Voice of Treason” leva linhas muito bem encaixadas de cítaras em meio a uma profusão de sons orquestrados que aparecem apontar em direção ao oriente da mente. “Faith in Others” fecha o álbum em sua solitária tristeza resplandecendo com sua beleza singular na mente do ouvinte catapultando-o para o que há de mais recôndito dentro de si. A mensagem que fica é que o ano passado não teve um álbum tão emocionante, sentimental e hipnótico como Pale Communion, ou seja, o melhor de 2014 está aqui. 

Faixas:

01. Eternal Rains Will Come (6:43)
02. Cusp of Eternity (5:35)
03. Moon Above, Sun Below (10:52)
04. Elysian Woes (4:47)
05. Goblin (4:32)
06. River (7:30)
07. Voice of Treason (8:00)
08. Faith in Others (7:39)

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