O
primeiro álbum do Velvet Underground é de fato um ótimo álbum, ou melhor, um
clássico. Só que comercialmente falando as coisas não foram bem para o grupo,
que naquela época concorria com vários nomes que vinham no caminho oposto ao
deles. Os temas abordados estavam navegando em outras praias, as experiências
eram outras, portanto, refletia na música e causava espanto num público desavisado
que ainda estava mergulhado no falacioso sonho hippie.
Entre
grunhidos e cacofonias e algumas outras melodias simples, ou seja, básicas,
emergia um som caótico e nada aprazível e consumível que estivesse fácil nas
prateleiras da mente de qualquer pessoa comum, fãs de rock. Música experimental
para ouvidos não tão exigentes, mas abertos a novidades que passavam bem diante
dos ouvidos e olhos bem atentos. O
segundo passo, de Lou Reed e seus comparsas seria um grande passo a frente e
dessa vez a única presença feminina seria somente a baixista Maureen Tucker,
pois Nicko virara fumaça. Enfim, White Light/White Heat é oposto de seu
antecessor e assim como ele ganharia o status de álbum clássico com os anos.
John Cale e Sterling Morrison junto com os outros dois são os autores
responsáveis pelo nascimento dessa obra.
As
sessões de gravação rolaram de em 1967, durante o mês de setembro, o lançamento
se deu no trigésimo dia de janeiro de 1968. O recheio do álbum, a parte alta
começa com a faixa título que descreve os efeitos decorrentes do uso, abuso de
anfetaminas, a roupagem sonora lembra uma banda praiana, porém gótica com guitarras
distorcidas. “The Gift” é a narração de uma história musicada num ritmo tribal
com algumas distorções e outros efeitos. “Lady Godiva Operation” é talvez a
música mais emblemática da carreira do quarteto, o tema é um transexual lobotomizado.
Fechando o lado A, vem a pop “Here She Comes Now” dotada de excelentes vocais e
melodias singelas.
O lado B entra em ação com “I Heard Her Call
My Name” se destaca pelos solos de guitarra distorcidos em nível máximo e inimaginado. A segunda e última faixa do lado b é “Sister
Ray”, nessa faixa longa de dezessete minutos, onde Lou Reed narra um conto de
deboche cuja estrela da história é uma Drag Queen que falhou numa de suas
orgias, a sonoridade que embala este conto é uma jam session que funciona
através de três acordes.
A
capa do álbum é uma imagem de uma tatuagem de caveira, que o ator Joe Spencer,
o protagonista do filme Bike Boy, de Andy Warhol, lançado em 1967. Embora
Warhol não conste nos créditos, a ideia, para a embalagem foi dele, pois queria
uma imagem preta por cima da tatuagem. Foi ele quem escolheu os negativos do
filme que foi ampliada e distorcida por Billy Name, um dos membros do The
Factory. É difícil visualizar e
distinguir a imagem da caveira impressa em um isqueiro preto no fundo.
A
recepção do álbum causou certo constrangimento pelas letras que não eram temas
nada agradáveis a época, pois contar sobre experiências sexuais fora das
tradicionais relacionadas a orgias numa época que apenas os casais que dormiam juntos
eram os casados em regra e falar sobre o uso de drogas publicamente não era
nada de fácil compreensão e aceitação e somando a música que é uma verdadeira
orgia experimental, que mexia com os sentidos, confrontando-os e os desafiando,
mostravam na cara larga que eram um disco a frente daquela época. White
Light/White Heat é uma álbum de muitos caminhos e que sempre teve muito a dizer
e disse tempos depois influenciando movimento punk e alternativo do rock.
Apesar
de suas vendas mirradas, o álbum, entrou na penúltima posição do Billboard
200 e para a história sendo citado pela
Rolling Stone na sua lista dos 500 maiores discos de todos os tempos, ao lado
de outros lançamentos. Enfim esse era o segundo passo de uma história curta, mas que deixou marcas indeléveis na história da música popular americana, no rock em geral que daria o que falar ao longo dos anos sobrevivendo repetidamente ao teste do tempo marcando preseneça constante nas vitrolas mundo a fora.
Lista de músicas:
Lista de músicas:
A1 White Light/White Heat
A2 The Gift
A3 Lady Godiava’s Operaton
A4 Here She Comes Now
B1 I Heard Her Call My Name
B2 Sister Ray
B2 Sister Ray
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