O ano de 1975 foi um ano de grandes
lançamentos como: Sabotage, Physical Graffiti, Come Taste the Band entre muitos
outros que foram chegando durante o decorrer desse tempo de clássicos. Um
desses artistas é a Patti Smith, a sua
estreia naquele ano é um destes grandes álbuns que ilustram um tempo memorável
e não ficou devendo nada aos seus contemporâneos.
Patti Smith não era verde no assunto,
aliás era conhecida do cenário, escrevia críticas e fazia entrevistas para duas
das principais publicações dos EUA à época, a Cream e a Rolling Stone e além do
mais já possuía três livros publicados, todos de poesia e às vezes fazia
algumas leituras de seus textos na Igreja St. Mark, no Bowery, acompanhada do
guitarrista Lenny Kaye, colega de jornalismo da poetisa do punk.
Musa do punk, mas não por acidente.
No alto de seus 28 anos lançou um compacto, mas só que não virou nada e mesmo
assim não desistiu e continuou batalhando e curtindo as noitadas no CBGB. Nessa
época os New York Dolls, considerados outros ícones, já haviam virado fumaça,
porém haviam deixado de herança dois grandes álbuns que se tornaram referência
do que viria a ser o punk.
Bandas como The Stooges e MC5 que
haviam começado em Detroit essa onda também já eram fumaça e também legaram
clássicos, mas faltava uma sacerdotisa que com um empurrão de Lou Reed, que
custou a convencer Clive Davis, o presidente da Arista, a contratar ela e sua
banda que naqueles dias, além de Kaye, contava com Richard Sohl, piano; Ivan
Kral, guitarra e baixo, e Jay Dee Daugherty, bateria.
Horses influenciou uma porrada de
gente a formar as suas bandas que se inspiraram nele para realizar os seus
trabalhos, o disco foi lançado dois depois do meu nascimento, ou seja, no dia
13 de dezembro. A bolacha abre com “Gloria” (cover de Van Morrison), porém a
polêmica estava contida no verso "Jesus
morreu pelos pecados de outras pessoas, pelos meus não... espessa, pedra
quente, - meu pecado é só meu, eles pertencem a mim.", ao som e energia da
guitarra de Kaye e do piano de Sohl ela se alarga nessa versão energética desse
hit que já havia ganhado versões de outros medalhões.
Tem até um role pelas ondas do Raggae
em “Redondo Beach”, uma das especialidades do guitarrista. Horses é um disco
que te provoca um barato doido, uma espécie de êxtase, uma quase overdose de
rock e poesia. A produção e John Cale, na época ex-Velvet, deixou o disco com a cara que ele deveria ter para passar as mensagens, os sentimentos batendo
no peito daquele time. Horses também conta as participações
de Tom Verlaine (Television) e Allen Lenier (Blue Öyster Cult) nas faixas
épicas que também tem seu espaço, e “Birdland” (narra à história de ascensão e
morte de um fazendeiro); enquanto “Land” conta a história de Johnny, um
passeio surreal pelo submundo durante a sua iniciação em sodomia, uso de drogas
entre outras loucuras que vão além das lendas.
O encerramento com “Elegie” é um chamado para
os ícones da década passada que já haviam rompido para o outro lado. A conexão direta com Rimbaud,
Morrison e aquele ambiente por si eram uma interação de arte e a capa que
embala a estreia de Smith teve a foto de autoria de Robert Mapplethorpe. Fora
isso, as influências justificam coloca-lo entre os maiores discos de todos os
tempo como o fez a Rolling Stone ao coloca-lo na lista de seus 500 maiores de
todos os tempos, e o The Smiths, o Siouxsie and the Banshies e a Courtney Love
que o digam. Agora vou cerrar as cortinas e vou fazer mais uma audição, até
mais.
Lista de músicas:
A1. Glória
A2. Redondo Beach
A3.
Birdland
A4.
Free Money
B1.
Kimberly
B2.
Break it up
B3.
Land
B4. Elegie
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