A primeira vez que vi esse disco o deixei passar
batido, mas quando cheguei a minha casa resolvi baixa-lo para saber se havia
feito besteira ou não, mas depois de ouvir vi a enorme bobagem que cometi.
Passei a procura-lo, cassa-lo pelas lojas onde pisava e nada do dito cujo
aparecer e nas vezes que o vi o preço era uma barreira intransponível e como
não gosto de disco usado os nessa condição deixei de lado.
Esse natal foi legal porque consegui adquiri-lo e
finalmente reparar uma injustiça feita por mim mesmo aos meus ouvidos. Quando
finalmente o ouvi na vitrola pude entender as outras dimensões que o mp3 não me
permitiu desfrutar. Aquelas sessões de gravação reunindo três músicos de
primeira linha como Al Cooper (a época recém-saído do Sweet Blood & Tears),
Mike Bloomfield (que havia tocado com Bob Dylan no álbum Highway 51 Revisited e
também líder Butterfield Blues Band) Stephen Stills (companheiro de Neil Young
no Buffalo Springfield e que no futuro não obstante se juntaria com Nash e o
Crosby e posteriormente Neil Young formando o CSNY) se juntaram e formaram um
supergrupo.
Apesar de
serem um power trio, Al Kooper chamou outros músicos para se juntar a
empreitada e para tocar os teclados convidou Barry Goldberg e como nenhum dos
três é baixista de ofício o convite para tocar o instrumento foi para Harvey Brookes
e claro que era necessário um baterista e o convidado a assumir as baquetas foi
Eddie Hoh. Juntos esse quinteto gravou
um dos grandes clássicos da música contemporânea passeando pelo jazz, rock e
claro o blues a alma dessa bolacha de nove faixas.
As super sessões que deram origem a esse disco na
verdade são jams intermináveis de bom gosto, talento e virtuose também. Falando
em jazz, a faixa “His Holy Modal Majesty” é uma homenagem a John Coltrane e
seguramente um destaque irrefutável desse vinil. Até um “cover” de Bob Dylan
entrou no pacote "It Takes A Lot to Laugh, It Takes A Train to Cry" (do
álbum Highway 61 Revisited). Falando
dos músicos destaco o Mike Bloomfield, esse guitarrista é um dos mestres das
seis cordas e o trabalho transborda a genialidade do cidadão nos solos e riffs
muito bem postos. Al Kooper é um grande vocalista e não deixa dúvidas; Stephen
Stills é outro bom instrumentista e sua guitarra não se esforça para dizer isso
a cada nota que despeja nos ouvidos de seus ouvintes.
A longa "Season of the Witch" com pouco
mais de onze minutos é aquela jam perfeita para você sentar e relaxar e deixar
o coração e a mente degustarem as sensações incríveis que emanam
dessa sessão. Enfim, as faixas, a maioria, são covers e uma autoral que se
destaca é o tema de abertura "Albert's Shuffle" que já diz de cara
para o ouvinte a proposta do disco dessa rapaziada. A banda não sobreviveu após esse álbum e se desfez,
mas ele sobreviveu ao teste do tempo e está aqui animando a minha madrugada. E
se você quiser animar a sua manhã, tarde, noite é só ir atrás do seu é diversão
garantida sem arrependimentos, um caminho só de ida para a felicidade.
Lista de músicas:
A1 Albert's Shuffle
A2 Stop
A3 Man's Temptation
A4 His Holy Modal Majest
A5 Really
B1 It Takes a Lot to Laugh,
It Takes a Train to Cry
B2 Season of the Witch
B3 You Don´t Love Me
B4 Harvey's Tune
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