sábado, 27 de dezembro de 2014

Rolando na Vitrola: Bloomfield, Kooper, Stills - Super Session (1968)


A primeira vez que vi esse disco o deixei passar batido, mas quando cheguei a minha casa resolvi baixa-lo para saber se havia feito besteira ou não, mas depois de ouvir vi a enorme bobagem que cometi. Passei a procura-lo, cassa-lo pelas lojas onde pisava e nada do dito cujo aparecer e nas vezes que o vi o preço era uma barreira intransponível e como não gosto de disco usado os nessa condição deixei de lado.


Esse natal foi legal porque consegui adquiri-lo e finalmente reparar uma injustiça feita por mim mesmo aos meus ouvidos. Quando finalmente o ouvi na vitrola pude entender as outras dimensões que o mp3 não me permitiu desfrutar. Aquelas sessões de gravação reunindo três músicos de primeira linha como Al Cooper (a época recém-saído do Sweet Blood & Tears), Mike Bloomfield (que havia tocado com Bob Dylan no álbum Highway 51 Revisited e também líder Butterfield Blues Band) Stephen Stills (companheiro de Neil Young no Buffalo Springfield e que no futuro não obstante se juntaria com Nash e o Crosby e posteriormente Neil Young formando o CSNY) se juntaram e formaram um supergrupo.

Apesar de serem um power trio, Al Kooper chamou outros músicos para se juntar a empreitada e para tocar os teclados convidou Barry Goldberg e como nenhum dos três é baixista de ofício o convite para tocar o instrumento foi para Harvey Brookes e claro que era necessário um baterista e o convidado a assumir as baquetas foi Eddie Hoh. Juntos esse quinteto gravou um dos grandes clássicos da música contemporânea passeando pelo jazz, rock e claro o blues a alma dessa bolacha de nove faixas. 



As super sessões que deram origem a esse disco na verdade são jams intermináveis de bom gosto, talento e virtuose também. Falando em jazz, a faixa “His Holy Modal Majesty” é uma homenagem a John Coltrane e seguramente um destaque irrefutável desse vinil. Até um “cover” de Bob Dylan entrou no pacote "It Takes A Lot to Laugh, It Takes A Train to Cry" (do álbum Highway 61 Revisited). Falando dos músicos destaco o Mike Bloomfield, esse guitarrista é um dos mestres das seis cordas e o trabalho transborda a genialidade do cidadão nos solos e riffs muito bem postos. Al Kooper é um grande vocalista e não deixa dúvidas; Stephen Stills é outro bom instrumentista e sua guitarra não se esforça para dizer isso a cada nota que despeja nos ouvidos de seus ouvintes.

A longa "Season of the Witch" com pouco mais de onze minutos é aquela jam perfeita para você sentar e relaxar e deixar o coração e a mente degustarem as sensações incríveis que emanam dessa sessão. Enfim, as faixas, a maioria, são covers e uma autoral que se destaca é o tema de abertura "Albert's Shuffle" que já diz de cara para o ouvinte a proposta do disco dessa rapaziada. A banda não sobreviveu após esse álbum e se desfez, mas ele sobreviveu ao teste do tempo e está aqui animando a minha madrugada. E se você quiser animar a sua manhã, tarde, noite é só ir atrás do seu é diversão garantida sem arrependimentos, um caminho só de ida para a felicidade.  


Lista de músicas:

A1 Albert's Shuffle
A2 Stop
A3 Man's Temptation
A4 His Holy Modal Majest
A5 Really

B1 It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry
B2 Season of the Witch
B3 You Don´t Love Me
B4 Harvey's Tune  

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